Violência obstétrica: você sabe o que é?
Marcas no corpo, ferida na alma
A violência obstétrica é a violência na assistência à mulher durante o parto. No Brasil atinge uma em cada quatro mulheres. É invisível por que não é reconhecida, nem mesmo pelas mulheres, por desconhecerem as boas práticas no parto. E muitas vezes a mulher é responsabilizada pelo problema: “ela não colaborou”, “não se comportou”, “está nervosa”.
Reproduz a cultura de invasão do corpo da mulher com atendimento desrespeitoso e intervenções desnecessárias no parto, sem informá-la e sem o seu consentimento. Deixa marcas não apenas no corpo, mas traumas para toda a vida. Exames de toque repetitivos, pressão sobre a barriga para empurrar o bebê, uso de hormônios para acelerar o trabalho de parto e o corte da vagina são alguns exemplos. Ainda: a imobilização da mulher no leito, a obrigatoriedade de parir deitada, não ter privacidade, gritar com ela e não deixá-la gritar. Submeter a mulher a uma cesariana desnecessária, sem a devida explicação dos riscos que ela e seu bebê estão correndo. Separar mãe e filho e fazer procedimentos desnecessários com o bebê.
Sem testemunhas – porque as pessoas se calam ou porque a mulher sequer teve acompanhante no parto – e sem o conhecimento da sociedade, a violência no parto atinge dois seres vulneráveis ao mesmo tempo, mãe e bebê.
O parto é um momento de alegria, de prazer. A dor fisiológica é suportável. Mas a dor da violência não. Deixa profundas marcas.
Quer saber alguns exemplos de “VO”? Leia este post explicativo no Blog “Estuda, Melania, Estuda!”, escrito por Ana Cristina Duarte.
Foto Carla Raiter (Projeto 1:4)
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