“ Iniciei o pré-natal com o médico com quem eu fazia os controles anuais... Cheguei a perguntar para ele nas primeiras consultas sobre o parto, e ele falou que fazia parto normal, mas tinha que definir no final da gestação. [...] Eu sabia que poucas das mulheres que eu conversava no consultório haviam tido parto normal, a grande maioria ou quase todas haviam tido cesárea e era uma coisa que me incomodava um pouco, a questão de que ele fazia muitas cesáreas...”
“Uma médica chegou a me falar aquela clássica frase que a gente não é índia, que ela até poderia fazer um parto normal, mas com tudo que tem direito: com episiotomia, ocitocina sintética, tudo.”
“Aí, eu via aquele monte de mãe no babycenter: ´Ah, já estou com 40 semanas, o bebê não nasceu, vou ter que operar´... Eu tinha consciência do que eu queria e de que eu era capaz, mas aquilo enfraquece a gente.”
“Lembro-me que, em algum momento, frases lidas nos diversos relatos de parto, nas listas de discussões e nas conversas com as amigas cibernéticas foram importantes no meu processo de empoderamento. [...] Durante o trabalho de parto, revivi muitas falas. É como se eu me conectasse com todas as mulheres que passaram pela experiência de parir. É como se uníssemos todas as forças em prol de um nascimento cada vez mais humano, mais digno, mais respeitoso.”
“Fui a outro médico do plano de saúde que teimou em falar mal do Hospital X também. Larguei o plano de saúde, não volto mais! Aí, minha mãe falou que eu era louca, que eu era doida, ficar dependendo de SUS.”
“Percebi, já no primeiro encontro da Roda de Mulheres, que se eu continuasse com a ginecologista que eu estava, fatalmente eu cairia em uma cesárea desnecessária. Então, a primeira conduta que tive foi mudar de obstetra.”