“Preciso ressaltar que acreditar no mistério fez toda a diferença para que percorrêssemos esse caminho. Destituir-me do poder, de qualquer controle era necessário. Parece contraditório quando, na verdade, o que se propõe é o nosso empoderamento. Senti-me mais perto da mulher, fêmea, mamífera, quando fui toda natureza. Entendi que assim não existe sofrimento. É racionalizar que faz sofrer.”
“Um amigo nosso comentou com meu marido: ‘puxa, ela é macha pra caramba!’ e eu fiquei com essa frase matutando na minha cabeça. Como nossa sociedade fragiliza a mulher e a coloca como incompetente e incapaz de fazer algo que só ela pode fazer! Por que será que para parir assim, naturalmente, somos consideradas ‘machas’ e não ‘fêmeas’? O parto para mim foi o apogeu da feminilidade, uma experiência única.”
“ Eu andava pela casa, sentia as contrações, às vezes acocorava, às vezes ia para a varanda tomar o ar da madrugada. Quando apertava, entrava no chuveiro.[...] Respirava fundo, para baixo, ajudando a contração a fazer o seu trabalho. Nesse momento, tudo o que li, ouvi, falei sobre o assunto passava na minha cabeça como se fossem flashbacks. Mergulhei fundo no trabalho de parto e não vi a hora passar.”